Eu sou um circulo.
Estou no ciclo,
voltei.
Recomeçei.
Acordei.
É como repousar sobre mim mesma...
Estou adentrando meu corpo,
eu, eu mesma e o vento...
eu, eu mesma, e a noite...
eu, eu mesma o cheiro de ontem, de hoje, de sempre.
O vento tocou- me o rosto.
Eu tinha sono e ele me fez dormir.
(In) quietude
O que os olhos não veem,
o que as mãos não sentem,
o que os ouvidos não ouvem,
o que a boca não beija:
o coração tem saudade.
o que as mãos não sentem,
o que os ouvidos não ouvem,
o que a boca não beija:
o coração tem saudade.
Lua fora de curso
Despir-se das sentimentais rendas, quebrar os colares perolados de ilusão, faz bem. Acumular a insensibilidade, faz bem. Os sentimentos não nos deixam pensar, e pensar é urgente! Sentir, ao contrário, é inútil, desnecessário. Ao longo dos anos fui esfriando meu coração. Esvaziando. Queimei cartas, apaguei emails, deletei, deletei! Doei roupas, calçados, joguei fora papeis, objetos, memórias, cortei meus cabelos, ah! Cortei os cabelos! Adeus história! Eu estou aqui para me despir.
Sentir confunde. Pensar, esclarece.
Nós merecemos reservar nossos dias para pensar.
À noite, gozamos!
Sentir? Só os ventos da liberdade.
E liberdade, às vezes é brisa, às vezes tempestade.
Escrever também é começar
Adentrando o segundo semestre de 2011, começo aqui uma nova jornada.
Não sei se o mundo dos blogs está desvanecendo, mas, estando fora de moda ou não, a partir de agora pretendo fazer do meu querido Las Reticências, tão reticente desde 2006, um espaço mais aberto, onde as demais pontuações também poderão se manifestar.
Estou em fase de transição. Estou saindo de um longo período de regime fechado - e quem sabe até um nacionalismo exacerbado -, por isso vou devagar, ainda levarei as marcas de uma ditadura, mas aos poucos, vou redescobrindo a luz. Porque escrever, também é começar.
Mas foi no domingo
Ela acordou cedo para o grande dia. Domingo fora escolhido. Dez horas em ponto, porque os três zeros sequenciais lhe agradavam, era como se eles estivessem à sua espera, algo formal, no relógio preto e branco, retos e silenciosos. Pernas macias, pequenas, olhos pretos. Sorriso... Enigmático. Coração cliche. Perfume importado por um velho amigo, um velho amigo que já havia falecido e ela gostava muito dele. Era um amor. Ele tinha uma pele sensível e pelos escuros. Mas os olhos... Os olhos eram cinzas! Dançava bem e adorava leite, lembrava um gatinho que um dia andara pela casa a miar e filtrar as energias negativas. Morrera coitado, numa manhã preguiçosa, daquelas que se acorda tarde e a casa ainda cheira a sono, escura e mal-humorada. Situação familiar aquela. Os pensamentos quando assim, confortam, de algum modo. É assim que se acomoda quando o filme é longo e estrangeiro, daqueles premiados em Cannes ou Sundance. Nunca ganhara um prêmio, talvez o número de sorte desse azar. Era grande o dia, domingo.
(Tanara, março de 2007)
Meia noite
De noite viro um palco,
De noite viro mesa,
De noite viro nota,
De noite... Me viro.
Não tenho sono,
o silêncio me acorda:
o pensamento fala,
o escuro ouve.
Sob o mundo, a noite.
Sobretudo, mudo.
Ou quem sabe tento outra vez...
Eu viro a noite,
até de dia, no outro dia...
É tarde.
O dia de nossas vidas
Eu vivo todos os dias,
Um após o outro, dia-a-dia,
É neles que eu encontro você.
E você nem vê...
Sinto, na calmaria das tardes ou,
Nos silêncios infinitos das noites,
A esperança do dia que virá,
Só pra te encontrar...
Me embalo nos doces acordes
de minhas canções favoritas...
Escrevo coisas inúteis pra dizer que esqueci!
Minto que finjo, que não existo, que morri.
Mas isso tudo passa, é só dormir...
Então, torno a viver o meu dia,
Mais um dia,
Pra encontrar você...
Eu vivo todos os dias,
Um após o outro, dia-a-dia,
É neles que eu encontro você.
E você nem vê...
Sinto, na calmaria das tardes ou,
Nos silêncios infinitos das noites,
A esperança do dia que virá,
Só pra te encontrar...
Me embalo nos doces acordes
de minhas canções favoritas...
Escrevo coisas inúteis pra dizer que esqueci!
Minto que finjo, que não existo, que morri.
Mas isso tudo passa, é só dormir...
Então, torno a viver o meu dia,
Mais um dia,
Pra encontrar você...
Não sei, não sei
Não sei dizer o quão paciente sou,
Nem medir o que serei...
Sereia sob o luar talvez,
Quando fantasias não me faltarem.
Não sei dizer a falta me faz tua beleza,
E pior, não sei medir a incerteza de não estar com você...
Não sei descansar meu corpo ao pousar minha essência talvez,
Nos teus pensamentos, nas tuas palavras, nos teus sentidos.
Não sei dizer o que não sei,
Não sei medir o que não tenho,
Não sei esperar o que quero,
Não sei viver sem você...
E assim, de repente, eu acordei.
Quase meio-dia...
Não sei dizer o quão paciente sou,
Nem medir o que serei...
Sereia sob o luar talvez,
Quando fantasias não me faltarem.
Não sei dizer a falta me faz tua beleza,
E pior, não sei medir a incerteza de não estar com você...
Não sei descansar meu corpo ao pousar minha essência talvez,
Nos teus pensamentos, nas tuas palavras, nos teus sentidos.
Não sei dizer o que não sei,
Não sei medir o que não tenho,
Não sei esperar o que quero,
Não sei viver sem você...
E assim, de repente, eu acordei.
Quase meio-dia...
Eu tenho um passado, mas acima de tudo, eu tivera. Ele começou logo quando eu nasci, e foi crescendo e mudando, e como tudo, deixou a sensação do presente. Contudo, eu o vi dando-me adeus, verdadeiramente, com o esgotar das palavras e a saudade rasgando o peito.
Eu também tivera um verbo, mas agora, por si mesmo, muito além de mim, ele tornou-se pretérito mais que perfeito.
Qualquer coisa sonhadora, cheia de sentidos. Qualquer coisa que eu possa sentir. Coisas que eu não sei dizer, coisas que eu não quero entender, coisas que eu não soube viver. Pode ser uma música, várias músicas, um dia, uma noite, dias e noites, a vida inteira, o melhor momento de todos. Pode ser o céu, o mar, o gramado ou a rede. O melhor contato com todos. Talvez... Quem sabe? Sim! Não. Tanto faz! Eu me importo. Você se comporta. Pode ser tudo, não tudo ou nada. Não foi nada, já passou.
Poema revolucionário
Descobri num suspiro
Que tenho espírito revolucionário
Desses que fazem arder o coração
Em noites sedentas de esperança
Pressenti um espaço
Entre decisão e amor,
Entendi o largo traço
de precisão da dor
Me rendi com o tiro imaginário
Pra virar espírito missionário
E me livrar da ilusão
Já me perco, entrelinhas
Entre uma e outra, sinas
De fazer interna, revolução.
Descobri num suspiro
Que tenho espírito revolucionário
Desses que fazem arder o coração
Em noites sedentas de esperança
Pressenti um espaço
Entre decisão e amor,
Entendi o largo traço
de precisão da dor
Me rendi com o tiro imaginário
Pra virar espírito missionário
E me livrar da ilusão
Já me perco, entrelinhas
Entre uma e outra, sinas
De fazer interna, revolução.
Me diga pois,
O que acontece com tuas rimas?
Não sinta mais tanta sensação...
Elas me fazem esquecer o quanto vale escrever,
Sem que os dedos se excedam...
Pois calorosas são,
As tuas cinzas.
Já deixem tanta dança, antes de chegar ao clímax,
Do teu beijo...
Já deixei o céu, antes de cair.
Ele agora está manchado de vermelho.
Me explica tu,
Por que?
O que acontece com tuas rimas?
Não sinta mais tanta sensação...
Elas me fazem esquecer o quanto vale escrever,
Sem que os dedos se excedam...
Pois calorosas são,
As tuas cinzas.
Já deixem tanta dança, antes de chegar ao clímax,
Do teu beijo...
Já deixei o céu, antes de cair.
Ele agora está manchado de vermelho.
Me explica tu,
Por que?
Vou fazer com a alegria,
O mesmo que faço com a tristeza,
Contorcer-me por completo em profunda melancolia,
Sobre um pequeno frasco
Até extraír-lhe uma gota de sua essência,
E após algum tempo, cometer suícidio com meu próprio veneno,
Pois não há pior...
Então,
Farei assim com as alegrias,
Para ver se num futuro bem próximo,
Eu tome essa overdose,
E me entorpeca o suficiente pra não querer beber mais,
Do meu veneno maldito,
Dentro de um frasco de nome orgulho...
O mesmo que faço com a tristeza,
Contorcer-me por completo em profunda melancolia,
Sobre um pequeno frasco
Até extraír-lhe uma gota de sua essência,
E após algum tempo, cometer suícidio com meu próprio veneno,
Pois não há pior...
Então,
Farei assim com as alegrias,
Para ver se num futuro bem próximo,
Eu tome essa overdose,
E me entorpeca o suficiente pra não querer beber mais,
Do meu veneno maldito,
Dentro de um frasco de nome orgulho...
Um frio silencioso acompanhou-me essa tarde.
De gelo impenetrável.
Doces.
Doces eram os acordes tristes dançantes no ar,
Clássica saudade...
De um coração insondável.
E quanto mistério!
Quanto mistério neste azul que me acompanhou!
Nada além de sorver.
Intenso e excêntrico prazer...
Sentir foi mera conseqüência!
Refletir foi lei...
Emergida com veemência,
De o meu ser consciente.
De gelo impenetrável.
Doces.
Doces eram os acordes tristes dançantes no ar,
Clássica saudade...
De um coração insondável.
E quanto mistério!
Quanto mistério neste azul que me acompanhou!
Nada além de sorver.
Intenso e excêntrico prazer...
Sentir foi mera conseqüência!
Refletir foi lei...
Emergida com veemência,
De o meu ser consciente.
Todo minuto de espera é assim:
Silencioso e poético.
Mas nada como a suave madrugada...
E nesses minutos, como é bom amadorar versos!
Tão dispersos em mim.
Mas... O melhor é ouvir o barulho do tempo,
se quebrando com o olhar de um e outro,
Menos do teu.
E quando teu olhar cruza... ah!Que beleza! O tempo pára.
E param também os versos...
Estes agora, nascerão somente...
Depois da madrugada.
Silencioso e poético.
Mas nada como a suave madrugada...
E nesses minutos, como é bom amadorar versos!
Tão dispersos em mim.
Mas... O melhor é ouvir o barulho do tempo,
se quebrando com o olhar de um e outro,
Menos do teu.
E quando teu olhar cruza... ah!Que beleza! O tempo pára.
E param também os versos...
Estes agora, nascerão somente...
Depois da madrugada.
Cansei das metáforas,das metonímias, das o-no-ma-to-péias...
Por tempos gramatiquei o amor,
Tentando poemar my feelings,
Agora, eu só quero escrever-te uns beijos
E ouvir o gemido dos teus versos.
Quero dizer-te as monossílabas da minha língua,
Sugerir-te uma dissertação.
Com direito ao mais longo dos argumentos...
Aqui tu podes escrever o quanto quiseres por entre as minhas linhas,
E concluir o ato com qualquer insensatez.
Por tempos gramatiquei o amor,
Tentando poemar my feelings,
Agora, eu só quero escrever-te uns beijos
E ouvir o gemido dos teus versos.
Quero dizer-te as monossílabas da minha língua,
Sugerir-te uma dissertação.
Com direito ao mais longo dos argumentos...
Aqui tu podes escrever o quanto quiseres por entre as minhas linhas,
E concluir o ato com qualquer insensatez.
Veja homem! Veja homem!
Ela se perfumou em leite de rosas
Vestiu o vestido, ainda alvo
Tomou nas mãos, poemas
Bailou a Valsinha!
Entregou-lhe os sonhos, desejou-lhe em segredo
Suavizou teus calos
Te amou de barba malfeita
Mas tu, te perdeu nas paixões!
Nas paixões homem!
Provou todos os sabores, amargos, dilaceradores
Perdeu tua essência em meio a tantos afagos
Tu és fraco, tão fraco que nem sabes chorar
Embriaga-se nos sonhos distantes
E não sente o perfume dela
A ternura dela
Lasciva, velada
Partida, quebrada
Ela se perfumou em leite de rosas
Vestiu o vestido, ainda alvo
Tomou nas mãos, poemas
Bailou a Valsinha!
Entregou-lhe os sonhos, desejou-lhe em segredo
Suavizou teus calos
Te amou de barba malfeita
Mas tu, te perdeu nas paixões!
Nas paixões homem!
Provou todos os sabores, amargos, dilaceradores
Perdeu tua essência em meio a tantos afagos
Tu és fraco, tão fraco que nem sabes chorar
Embriaga-se nos sonhos distantes
E não sente o perfume dela
A ternura dela
Lasciva, velada
Partida, quebrada
Vejamos até que ponto eu posso te ser saborosa
Se ver é algo nesta questão
Porque se há uma questão, tu vais ganhar
Tu tens a lógica E é lógico que não sei sentir
Mas quantas vezes deixei isso parecer
Então vimos E esquecemos de vi-ver
Porque parecia que eu sentia
E você sabia
E no fim... [...]
Nada havia
Todavia temos algo:o sabor
Já que na lógica isto se sente com a boca
Seja com ou sem roupa
Nada tens a ver com amor.
Se ver é algo nesta questão
Porque se há uma questão, tu vais ganhar
Tu tens a lógica E é lógico que não sei sentir
Mas quantas vezes deixei isso parecer
Então vimos E esquecemos de vi-ver
Porque parecia que eu sentia
E você sabia
E no fim... [...]
Nada havia
Todavia temos algo:o sabor
Já que na lógica isto se sente com a boca
Seja com ou sem roupa
Nada tens a ver com amor.
Feche este último ciclo
E deixe que teus braços se fechem em ti
Que te prendam ao real
Corte ao pulsos pela última vez
E deixe-os para trás....
[Não os pulsos, os sonhos]
Chore pela última vez e jure ao “pra sempre”
Que pra sempre você jura que chorar não irá mais...
[Lavar tua alma ferida, cortada, tão decepada pela alegria fugaz]
Corra na chuva, esqueça tudo
Deixe a água acalmar teus sonhos incandescentes
Antes que te afogues na enchente
Viva até que a primavera chegue
Para que tu te enterres nos jardins renovados
E suma com as flores murchas do passado
Rasgue teu peito, acima de tudo
Rompa tua alma [até então] presenteável
Para que tu finalmente olhe [nos teus] nos olhos dela
E deixe que teus braços se fechem em ti
Que te prendam ao real
Corte ao pulsos pela última vez
E deixe-os para trás....
[Não os pulsos, os sonhos]
Chore pela última vez e jure ao “pra sempre”
Que pra sempre você jura que chorar não irá mais...
[Lavar tua alma ferida, cortada, tão decepada pela alegria fugaz]
Corra na chuva, esqueça tudo
Deixe a água acalmar teus sonhos incandescentes
Antes que te afogues na enchente
Viva até que a primavera chegue
Para que tu te enterres nos jardins renovados
E suma com as flores murchas do passado
Rasgue teu peito, acima de tudo
Rompa tua alma [até então] presenteável
Para que tu finalmente olhe [nos teus] nos olhos dela
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