Eu sou um circulo.
Estou no ciclo,
voltei.
Recomeçei.
Acordei.

É como repousar sobre mim mesma...
Estou adentrando meu corpo,
eu, eu mesma e o vento...
eu, eu mesma, e a noite...
eu, eu mesma o cheiro de ontem, de hoje, de sempre.

O vento tocou- me o rosto.
Eu tinha sono e ele me fez dormir.

(In) quietude

O que os olhos não veem,
o que as mãos não sentem,
o que os ouvidos não ouvem,
o que a boca não beija:
o coração tem saudade.

Integral

Vísceras, coração... 
E essa coisa toda de estar vivo. 
Veias e artérias. 
Tum tum, tum tum...

Mim

Não sabem de mim.
Não sabem.
Não mando notícias.
Não mando recado.
Eles não sabem de mim.
-Por onde andas?

Sentir

Nas entranhas. Nas entranhas. Entranhas adentro...

Sobre a força

É algo sobrenatural.

Lua fora de curso

Despir-se das sentimentais rendas, quebrar os colares perolados de ilusão, faz bem. Acumular a insensibilidade, faz bem. Os sentimentos não nos deixam pensar, e pensar é urgente! Sentir, ao contrário, é inútil, desnecessário. Ao longo dos anos fui esfriando meu coração. Esvaziando. Queimei cartas, apaguei emails, deletei, deletei! Doei roupas, calçados, joguei fora papeis, objetos, memórias, cortei meus cabelos, ah! Cortei os cabelos! Adeus história! Eu estou aqui para me despir.


Sentir confunde. Pensar, esclarece. 
Nós merecemos reservar nossos dias para pensar. 
À noite, gozamos! 
Sentir? Só os ventos da liberdade. 
E liberdade, às vezes é brisa, às vezes tempestade.

Escrever também é começar

Adentrando o segundo semestre de 2011, começo aqui uma nova jornada.

Não sei se o mundo dos blogs está desvanecendo, mas, estando fora de moda ou não, a partir de agora pretendo fazer do meu querido Las Reticências, tão reticente desde 2006, um espaço mais aberto, onde as demais pontuações também poderão se manifestar.

Estou em fase de transição. Estou saindo de um longo período de regime fechado - e quem sabe até um nacionalismo exacerbado -, por isso vou devagar, ainda levarei as marcas de uma ditadura, mas aos poucos, vou redescobrindo a luz. Porque escrever, também é começar.

Mas foi no domingo


Ela acordou cedo para o grande dia. Domingo fora escolhido. Dez horas em ponto, porque os três zeros sequenciais lhe agradavam, era como se eles estivessem à sua espera, algo formal, no relógio preto e branco, retos e silenciosos. Pernas macias, pequenas, olhos pretos. Sorriso... Enigmático. Coração cliche. Perfume importado por um velho amigo, um velho amigo que já havia falecido e ela gostava muito dele. Era um amor. Ele tinha uma pele sensível e pelos escuros. Mas os olhos... Os olhos eram cinzas! Dançava bem e adorava leite, lembrava um gatinho que um dia andara pela casa a miar e filtrar as energias negativas. Morrera coitado, numa manhã preguiçosa, daquelas que se acorda tarde e a casa ainda cheira a sono, escura e mal-humorada. Situação familiar aquela. Os pensamentos quando assim, confortam, de algum modo. É assim que se acomoda quando o filme é longo e estrangeiro, daqueles premiados em Cannes ou Sundance. Nunca ganhara um prêmio, talvez o número de sorte desse azar. Era grande o dia, domingo.



(Tanara, março de 2007)
Passagem

No lugar do coração,
nasci com algo bem maior no peito:
a solidão.
É o que me cabe...

Metafrase

Talvez,
eu tenha nascido para ser,
não onde estou.
É melhor assim,
Acreditar onde vou.

Por mais que isso queime,
Não me engano,
Está derramado...
Melhor assim,
Acreditar que estancou.
glória

Cansaço,
Temos em comum.
Temos a vida,
Além do que vivemos...
O horizonte,
É o que queremos.
E além do cansaço,
Temos a partida.
Os meios

É bom saber que posso chegar,
Sorrir e gostar.
Somos todos fraternais!
Mas meu corpo,
Meu corpo pede mais...
Olhar não basta.
Ainda sou essa coisa viva...
Quero olhar e penetrar,
Quero as portas abertas...
O som das palavras,
A cor dos sentidos,
O sentido das coisas.
Vivas cores

Estou pronta.
O tempo certo é o que é...
Doce, picante.
Contato

Carrego comigo um desconhecido,
Desconhecido e terno.
Finito

Mas há tanta coisa abstrata no mundo concreto!
Há muito concreto no mundo real.
Meia noite

Sobre o mundo, inquieta.
De noite viro um palco,
De noite viro mesa,
De noite viro nota,
De noite... Me viro.

Não tenho sono,
o silêncio me acorda:
o pensamento fala,
o escuro ouve.
Sob o mundo, a noite.

Sobretudo, mudo.
Ou quem sabe tento outra vez...
Eu viro a noite,
até de dia, no outro dia...
É tarde.

Público oposto

Coisa pública!
Refúgio.
Versos meus,
refugo...
Coração aberto,
esgoto.
Palavras ao vento:
público desgosto...
No osso, no peito,
na dor, na carne, desespero!
Rotina. Anseio...

Um menino apaixonado

É um menino apaixonado,
Muito apaixonado!
Eu sei...
Posso sentir todos os dias:
sua dor,
sua alegria,
sua esperança calejada,
sua liberdade aprisionada...

É um menino apaixonado,
que vive dentro de mim.

Vigília

Estou com sono,
não estou a existir.
Estas linhas são sonhos,
ou pesadelos,
não vou mentir:
Tudo isso é sono!
Sonho profundo,
estou a dormir...
Outra

Eu, sou presença constante.
Todos vem, vão, passam...
Eu, fico.
Ainda não pude evitar, desviar...
Desconfiei,
sou eu.
Modo de ver

Talvez seja forte por saber das fraquezas,
E mesmo sabendo delas,
ainda arrisco desajeitadamente,
ousadamente amar muitas coisas.
Veias

Porque a dor parece estar entranhada,
e a gente quer só libertar!
Eis os caminhos...
Também cheios de vida.
O dia de nossas vidas

Eu vivo todos os dias,
Um após o outro, dia-a-dia,
É neles que eu encontro você.
E você nem vê...
Sinto, na calmaria das tardes ou,
Nos silêncios infinitos das noites,
A esperança do dia que virá,
Só pra te encontrar...
Me embalo nos doces acordes
de minhas canções favoritas...
Escrevo coisas inúteis pra dizer que esqueci!
Minto que finjo, que não existo, que morri.
Mas isso tudo passa, é só dormir...
Então, torno a viver o meu dia,
Mais um dia,
Pra encontrar você...
Nadas em devaneios

Percebi a calmaria de sentir nada.
Não há silêncio ou saudade. Nada.
Exceto medo, mas esse é um abismo...
Mergulhar ou ficar não me faz sentir...
Exceto medo, e mais nada.
Nadar me faz sentir.
Nada, faz sentido...
Não sei, não sei

Não sei dizer o quão paciente sou,
Nem medir o que serei...
Sereia sob o luar talvez,
Quando fantasias não me faltarem.

Não sei dizer a falta me faz tua beleza,
E pior, não sei medir a incerteza de não estar com você...
Não sei descansar meu corpo ao pousar minha essência talvez,
Nos teus pensamentos, nas tuas palavras, nos teus sentidos.

Não sei dizer o que não sei,
Não sei medir o que não tenho,
Não sei esperar o que quero,
Não sei viver sem você...

E assim, de repente, eu acordei.
Quase meio-dia...
Mais um sobre o mar

Minha intenção era descrever o quão belo é o mar,
O quão fascinante é acreditar no seu horizonte,
O quão profundo é se perder no imenso azul...
Mas diante dele, quem sou eu?
Um ser pequeno e pretensioso...
Diante dele, que tenho eu?
Saudade.

Lembranças: são meu modo ultrapassado de viver.

Segurava a lágrima ainda por alguns instantes dentro dos olhos,
A ver o mundo embaçado e lúdico,
Antes de piscar...
[É como mergulhar, não posso negar.
Não respirar.
É como estar no fundo de um lago raso e não querer respirar...
E sentir... A pressão de ter que voltar...
Emergir! Existir de novo!
Sentir de novo a frieza da superfície...]
Sobretudo, às vezes sinto que sou o que amo.
Sobretudo antes de morrer,
Viver!

Estou presa. Minha saudade é ilícita.

Me beije, me abrace forte, assim que eu puder sair.

Difuso

Eu pude ver como eram bonitos os olhos:
Vazios, sozinhos, brilhantes no espelho.
Pude sentir a leveza de uma alma vazia e despida,
E pouco transpareceu-me o desespero.
Mas não quis dar nome algum,
Faltou-me a clareza de ver além de mim.
Senti saudades de mim, voltei.
Deixei tudo aquilo que eu pensava, e voltei.
E lá estava eu, vinda do passado, regressa do futuro.
Que saudade!
Eu tenho um passado, mas acima de tudo, eu tivera. Ele começou logo quando eu nasci, e foi crescendo e mudando, e como tudo, deixou a sensação do presente. Contudo, eu o vi dando-me adeus, verdadeiramente, com o esgotar das palavras e a saudade rasgando o peito.
Eu também tivera um verbo, mas agora, por si mesmo, muito além de mim, ele tornou-se pretérito mais que perfeito.
Não! Não que eu queria partir...
Mas a vida me partiu ao meio,
Parte de mim quer ir,
Enquanto outra quer voltar.
Qualquer coisa sonhadora, cheia de sentidos. Qualquer coisa que eu possa sentir. Coisas que eu não sei dizer, coisas que eu não quero entender, coisas que eu não soube viver. Pode ser uma música, várias músicas, um dia, uma noite, dias e noites, a vida inteira, o melhor momento de todos. Pode ser o céu, o mar, o gramado ou a rede. O melhor contato com todos. Talvez... Quem sabe? Sim! Não. Tanto faz! Eu me importo. Você se comporta. Pode ser tudo, não tudo ou nada. Não foi nada, já passou.
Não faz sentido,
Não tem direção.
Sigamos em frente...
O que eu quero é tão simples,
É tão pouco, tão pouco...
Que nem dá pra perceber.

Mesmo assim, só você me faz sentir,
De peito aberto,
Com o coração vermelho, e a alma toda cheia de cor,
Só você me faz rimar a saudade
Que vivo sentindo do amor.
ainda que haja o céu mais azul!
não há como negar! eu sou de lua,
e o céu é o meu limite de partida...
árduo sentir

Falar do sentimento alheio é fácil,
Por isso me calo e lapido
Qualquer pedregulho que possa existir
Em volta desse coração.
De todas as cores o seu amor me pintou,
De um jeito que nunca vou desbotar...

A sensação que tenho,
É que todos os dias são famintos,
E saciá-los,

É sentir-me inteiramente devorada.
Sem espinhos

Tristeza,
desilusão, solidão...
São essas as flores do teu coração?
Não Meu Bem,
não tenho pressa,
Vou esperar a primavera...
Estas flores do inverno não são pra mim.
Muda

A tristeza um dia,
De repente virou sorriso,
E o sol raiou:
Acabou a poesia triste
Que pingava de mim,
Acabou a rima apagada,
Cinza, feito nuvem de chuva,
Acabou.
O que era saudade, virou pó,
O que era vontade,
Virou verdade...
O que era sonho,
Começou...
Mas tudo tem seu tempo,
E esse tempo, acabou.
Panorama

O encontro do mar e da lua,
Sou eu.
Então, deixa a brisa soprar,
A tempestade, deixa gritar...
Deixa tudo assim, como está,
E espera...
A maré encher,
E a lua minguar.
Deixa passar...
O dia raiou,
A maré desceu...
Não é medo, nem pressa,
Sou eu.
Sem demora

Depois da uma leitura cuidadosa, meu bem
Eu posso entender os teus lábios,
Eles dizem, que o meu olhar no teu,
Vai além...
Acertos

Além de abrir a porta dos teus sonhos todas as noites,
A verdade é o sorriso mais belo que tu podes me dar,
todas as manhãs...
Até a última.
Água mole...

O coração dele, não é de pedra,
Sua alma, não é de pedra...
Por que há tanto pra fazê-los em pedaços?
Rever

Ainda, quando não comprometida,
Carregava a alma nos dedos,
E me dizia esquecida,
Deixando de tempos em tempos,
Um pedaço de mim se perder...
Mas agora sou completa,
Intrometida,
Uma coisa invertida,
Sou assim pra entender...
E prender.
Tarde

A tarde hoje esteve tão quieta,
que o silêncio me disse:
Tarde demais...
A rosa

Eu costumava brincar com as palavras do corpo,
Depois que cresci, não brinquei mais:
Perdi as palavras do corpo,
Esqueci minha alma no tédio...
Ilusão por mim

... E de um corte profundo,
há sempre um verdade a transbordar.
Tarde da noite

A prova dos ares tardios da noite,
É o gosto da boca.
Poema revolucionário

Descobri num suspiro
Que tenho espírito revolucionário
Desses que fazem arder o coração
Em noites sedentas de esperança

Pressenti um espaço
Entre decisão e amor,
Entendi o largo traço
de precisão da dor

Me rendi com o tiro imaginário
Pra virar espírito missionário
E me livrar da ilusão

Já me perco, entrelinhas
Entre uma e outra, sinas
De fazer interna, revolução.
Boa grade

O nosso encontro foi assim:
Quando eu desistir de tudo,
Você promete que não desistir de mim?
Porque às vezes o passado é só agrado
Pra um coração cansado, magoado,
Cinza quem sabe,
Num meio com ar de fim
Olhar e olhar

Eu vi mesmo foi um olho bonito,
Que sempre olhava pra eu,
Ele olhava pro meu eu bonito,
Olhar aquele que era meu.
Beija a Frô

Beija a Frô,
Porque ela é perfumada, apaixonada!
Porque ela tem vida, porque ela tem cor...
Em cubinhos

Uma certeza gelada,
é o que é...
Cheia de faces convictas,
cortantes...
Só o amor supera,
O cubismo da verdade.
Nem sombra nem vento!

O que me mata é ser inútil,
pensar que um verso fútil,
pode me fazer alguém maior,
sou mais pequena que eu,
de tanto nem semente,
nem sombra se quer!
do pensamento de um bom vento,
ou algo que seja assim, melhor.
Visão

Visão turva e nó na garganta,
São sinônimos da solidão sem adjetivos.
O agridoce

Com certa agonia e certo desprezo,
Então me voltei para o gosto de cada palavra,
E fui saboreando,
Quando de repente, passou.
Travessias

Porque existem palavras
que são constantes,
palavras aquelas que permancem nos lábios
e sustentam o olhar.
Ausência

De todas as vertentes
a que me faz feliz,
é a que pulsa...
In, feliz, profundo.
Fascínios

Às vezes encontro em mim,

A força do meu Eu,
que não sinto mais eu mesma.
Agulhas

Amarra, amarga

agora, a música e o leito
desmancha, desanda, o amor, chão estreito
àgua, boca, morte aqui no peito.
Cabelo e vento

Tenta,
Tenta mais uma vez,
Que o tempo é isento, quase um vento,
Que bate aos teus cabelos,
Enquanto tu inventas,
Outras tantas emendas dos sonhos.
Laços

Perdoa se minha alma não te cativa
Eu, esquiva
Perdoo o teu silêncio.
Laço

Abraça forte,

abraça meu bem,
que o tempo vem a passos largos,
e logo beijos serão ventos,
e palavras... Palavras.
Hábito

Se eu soubesse, eu acenderia um cigarro, construiria uma cena de filme e filmaria a cena do fumo como quem sabe fumar! Se eu soubesse, filmaria o cigarro como quem consome. Se eu pudesse, sumiria.

Mas era sobre a saudade que eu queria falar.
Tenho saudade às vezes,
Da fina melancolia que me apoderava,
Poesia era chuva, exalava,
Hoje minha poesia é de carne,
E teu sorriso é verso meu.
Foi-se o verso
que estava nas mãos,
Escorreu feito o tempo
quando juntos, tu e eu.
Simples, claro, objetivo
tudo assim, assim do jeito que eu gosto
coisa pouca, coisa solta,
feito água cristalina, feito ar.
“Tu achas neurose?”
É coisa de pele.
Amor bem construído,
Tudo bem definido,
É coisa de encaixe,
“O medo é um detalhe?”
Desde as pequenas coisas.
E eu me calei nas tuas mãos:
Nunca mais cantei, nunca mais brinquei,
Nem versos...
Descobri em ti,
O inverso de mim,
Inventei em mim,
O universo em ti.
O que eu não queria,
eu sei não devia, mas temia,
não eram mentiras,
eram verdades.
Eu finjo, tu finges:
Que cuido de ti,
Que sente o cuidado,
Que leio o recado,
Que lembra de escrever...
Nós fingimos:
Que amamos...
Vós fingis.

Quando ela canta
Eu me sento aqui,
Como quem entende...
E ainda ensaio,
Um canto baio,
Um acorde, um raio qualquer,
de palavras soltas.
E hoje é só mais uma manhã,
De um ontem que fora amanhã,
E logo mais será somente a rima...
O passado é que são poemas,
As tragédias são poetas,
E o futuro às manhãs pertence.
O corpo delgado,
Como um filete de sombra,
Vagueia aqui e ali sentindo cada aspiração,
Ouve as inspirações do mundo,
A regra do jogo é a exceção.
"Não tenho decepções"
Dizia ela...
"Antes fosse ele"
A longa espera faz solidão,
De calafrios certeiros,
Cheios de incerteza...
É o meu traje de esperança,
Que está manchado de lucidez.
Retrato da verdade,
à meia luz...
Sonhos quebrados,
ao meio-dia.
beijo munido,
acerta em cheio o coração,
no âmago,
mais um verso partido.
Como árvore baixinha,
Que muitos frutos dá,
Mas que tão pouco por ali,
Permanecem.
A subjetividade me mata,
É um nó que nunca dasata,
A dúvida no coração.
Ela,
Tinha o corpo desajeitado,
Mas o cheiro que exalava do seu cotidiano,
Fazia dele,
O mais apaixonado.
Quero correr noite à fora,
Quero amores bonitos,
Quero todos, infinitos!
Me diga pois,
O que acontece com tuas rimas?
Não sinta mais tanta sensação...
Elas me fazem esquecer o quanto vale escrever,
Sem que os dedos se excedam...
Pois calorosas são,
As tuas cinzas.
Já deixem tanta dança, antes de chegar ao clímax,
Do teu beijo...
Já deixei o céu, antes de cair.
Ele agora está manchado de vermelho.
Me explica tu,
Por que?
Pedaço de sonho,
Suspenso no céu...
Princípio da prata,
Fundida na terra...
Filtro de luz intensa...
Como a luz indireta do amor!
Vou fazer com a alegria,
O mesmo que faço com a tristeza,
Contorcer-me por completo em profunda melancolia,
Sobre um pequeno frasco
Até extraír-lhe uma gota de sua essência,
E após algum tempo, cometer suícidio com meu próprio veneno,
Pois não há pior...
Então,
Farei assim com as alegrias,
Para ver se num futuro bem próximo,
Eu tome essa overdose,
E me entorpeca o suficiente pra não querer beber mais,
Do meu veneno maldito,
Dentro de um frasco de nome orgulho...
Um frio silencioso acompanhou-me essa tarde.
De gelo impenetrável.
Doces.
Doces eram os acordes tristes dançantes no ar,
Clássica saudade...
De um coração insondável.
E quanto mistério!
Quanto mistério neste azul que me acompanhou!
Nada além de sorver.
Intenso e excêntrico prazer...
Sentir foi mera conseqüência!
Refletir foi lei...
Emergida com veemência,
De o meu ser consciente.
Com sedosa canção,
A poesia de fuga perfeita...
De propósito amor inocente.
Sem hora pra voltar,
Sem medo de sair.
Não sou poetisa.
Sou saudade encarnada.
Sou as várias encarnações da solidão.
E... Só sei que nadar sei...
Em sonhos.
Só sei que nada sou.
Nem faço versos.
Invento palavras pra definir, o que não pode ser definido...
Eis aqui uma definição.
Do meu “pluriverso” amador.
De amar...dor.
Em manhã cinzenta
Eu reinvento o sol
Um de tal forma
Que me vai aquecendo por dentro
E se ele deveras aparece
Desfaço no peito
E reinvento uns Versos.
Momento?{pra mim?}
É quando eu consigo congelar a folha {impossível}, amarela que cai.
O segundo que leva o sorvete {de menta} pra derreter na boca.
Enquanto eu olho teu sorriso gelado...
O piscar da tua partida.
E o beijo de saudade.
E o que é eterno?
Tudo {o eco} isso.
O Orient Express já não te satisfaz?
Desmonta a agonia
Despe a roupa fria
Desliga-te de tantas incertezas
Porque estas já estão certas
Conserta a tua alma
E desagua tuas dores no mar
Na areia, o amor.
[unir poema e fotografia
é o mesmo que unir poesia e foto.
juntar tudo isso,
é o mesmo que juntar
meus lábios com os teus.]
Todo minuto de espera é assim:
Silencioso e poético.
Mas nada como a suave madrugada...
E nesses minutos, como é bom amadorar versos!
Tão dispersos em mim.
Mas... O melhor é ouvir o barulho do tempo,
se quebrando com o olhar de um e outro,
Menos do teu.
E quando teu olhar cruza... ah!Que beleza! O tempo pára.
E param também os versos...
Estes agora, nascerão somente...
Depois da madrugada.
Eu, na janela
Vejo as horas escor...rerem
por entre os dedos
trêmulos de saudade.
continuando a brincadeira...
não quero só um sopro,
quero um beijo pra sarar.
mas digo-te,
que meu corpo é todo ferido...
eu sei...
eu sei que um só beijo teu já me sobe a espinha e se espalha pelo corpo.
ah... como gosto!
como gosto desse jogo todo de amar.
eu sei,
eu corri demais quando te vi,
era saudade.
depois que tropeçei nela,
permaneci a olhar o corte esperando você soprar.
eu sei,
não sou criança,
mas às vezes preciso ser pra chegar até você.
e sim, eu sei,
a saudade não corta,
a saudade é tiro no peito,
e esse.. não tem jeito.
Cansei das metáforas,das metonímias, das o-no-ma-to-péias...
Por tempos gramatiquei o amor,
Tentando poemar my feelings,
Agora, eu só quero escrever-te uns beijos
E ouvir o gemido dos teus versos.
Quero dizer-te as monossílabas da minha língua,
Sugerir-te uma dissertação.
Com direito ao mais longo dos argumentos...
Aqui tu podes escrever o quanto quiseres por entre as minhas linhas,
E concluir o ato com qualquer insensatez.
Tola, Cabisbaixa...
De raiva adormecida...
Em veludo azul...
A tua dor cede...
E eu me despeço...
Cala-te boca!
Agora não é hora de calar palavras...
Cala tuas mãos nele!
Cala teu choro...
Des...cala teu coração.
Veja homem! Veja homem!
Ela se perfumou em leite de rosas
Vestiu o vestido, ainda alvo
Tomou nas mãos, poemas
Bailou a Valsinha!
Entregou-lhe os sonhos, desejou-lhe em segredo
Suavizou teus calos
Te amou de barba malfeita
Mas tu, te perdeu nas paixões!
Nas paixões homem!
Provou todos os sabores, amargos, dilaceradores
Perdeu tua essência em meio a tantos afagos
Tu és fraco, tão fraco que nem sabes chorar
Embriaga-se nos sonhos distantes
E não sente o perfume dela
A ternura dela
Lasciva, velada
Partida, quebrada
Deita,
Deita meu bem...
Amanhã não é dia.
Não te preocupa,
Porque amanhã sem hoje,
Não sei se quero viver...
Por isso deita aqui comigo,
Deita pra te esquecer.


O tempo não passa.
São letras.
São acordes.
Não passa...
Corre, pula! Esconde-se de mim.
Então são choros, risos.
São sonhos.
É assim
Palavras de papel, de vidro, de espelho
Menos de amor
É assim
Suspiros de tédio
Tanto sono, cansaço, tanto tempo
Tempo
Esse foi que nos calou
Saudade
Que nos matou

Eu Beijo Amaro
Sede no deserto
Calafrio, calado
Sombra no campo
Raio que parte
Eu
Sou amor sem Você

Está tão frio que as lágrimas demoram a escorrer
Congelam ali mesmo
Dentro do coração
E algumas!
E algumas nem se quer brotam
Dos olhos cansados de ilusão
Ficam ali, entre as carnes
Esperando talvez, a primavera...
Tua[ língua atrevida]
Feriu-me a timidez
Tuas [mãos insanas]
Insultaram-me o corpo
Tua [insegurança]
Levou-me o que havia de mais [precioso]

E por trás deste muro
Que existe entre nós
Eu sinto o vermelho, somente o vermelho
Que desfaz os verdes do meu lânguido azul


se ao acaso lembro de ti
faço descaso do que senti
Vejamos até que ponto eu posso te ser saborosa
Se ver é algo nesta questão
Porque se há uma questão, tu vais ganhar
Tu tens a lógica E é lógico que não sei sentir
Mas quantas vezes deixei isso parecer
Então vimos E esquecemos de vi-ver
Porque parecia que eu sentia
E você sabia
E no fim... [...]
Nada havia
Todavia temos algo:o sabor
Já que na lógica isto se sente com a boca
Seja com ou sem roupa
Nada tens a ver com amor.
Eu pensava
que era a tal maresia que me acordava pelas madrugadas
Para rabiscar uns versos
Longe dela nem dormi
Permaneci acesa sob a vigília de notas insônicas
Que falavam de um tédio qualquer
Feche este último ciclo
E deixe que teus braços se fechem em ti
Que te prendam ao real

Corte ao pulsos pela última vez
E deixe-os para trás....
[Não os pulsos, os sonhos]

Chore pela última vez e jure ao “pra sempre”
Que pra sempre você jura que chorar não irá mais...
[Lavar tua alma ferida, cortada, tão decepada pela alegria fugaz]

Corra na chuva, esqueça tudo
Deixe a água acalmar teus sonhos incandescentes
Antes que te afogues na enchente

Viva até que a primavera chegue
Para que tu te enterres nos jardins renovados
E suma com as flores murchas do passado

Rasgue teu peito, acima de tudo
Rompa tua alma [até então] presenteável
Para que tu finalmente olhe [nos teus] nos olhos dela



O barco
O barco que leva
Que no vento parte
Que á noite se quebra
E dias depois se parte
Que nunca de cima despenca
Mas que no fundo desaparece
Nesse sim quero navegar
Companhia?Não obrigada
Neste barco nada se carece
Aqui se faz pensar
E nem sonha com a chegada

Com o olhar pequeno nos objetos
Eu descubro
No olhar vago dos espaços
Desapareço
Vago o olhar nos pequenos objetos
Eu procuro
No olhar dos espaços
Estremeço